As trémulas, esvaídas mãos cinzentas redescobriam-se em remoinhos silenciosos e enjeitados. Insalubres pontas estendidas ao sol capião que se arrojava nos umbrais da morte, quieto como um ulmeiro transparente que tudo sabe. As procissões desciam as escadas assombradas pelo eterno medo da solidão e as nespereiras ao longe tombavam pela metade, cedendo passagem aos quesitos fúnebres. Viam-se pálpebras descerradas num perfume estranho, guiadas pela mão de anjos nodosos que ali desciam para tocar na fronte dos mortais. Escutavam-se silvos de trovão nos lábios tumulares, pastoso cântico de um verão enfermo, dividido em partes desiguais e entregue na boca de cada fiel. As mães comportavam-se como animais de praça em dia de feira, desconsoladas pela mortiça solidão que as esperava em tom gutural.