Rosa XXX

Rosa XXX

Escondo neste casaco dois punhais de costureiro da Flandres, barbeando-me com eles em ferida. Arranco a minha tez cobre, general arrependido de entrar numa batalha perdida em alto mar. Atiro as caixas borda fora e espero que o dia nasça para sentir os golpes com os dedos do sol. Visto-me de corsário e ofereço-me numa estela de madeira suja, aguardando o fim.

As lisuras da farda começam nos cotovelos, prolongando-se num discurso de madame parisiense internada em Rilhafoles. Redescubro neste casaco o dom de escutar os mortos que se agarram ao pescoço como sentinelas gastos de um portão escuro sem morada.