Rosa XVIII

Rosa XVIII

Lembro-me de uma tenda secreta onde guardavam jornais infectos de verdade. Neles invectavam oferendas várias, num gatinhar de menino endiabrado pela mão de veludo que tudo anima. Estava ali no meio de uma choldra barrenta, calcada pelas intempéries invernais que se abespinhavam nos montes circundantes. O vento resfolegava de dor quando ali batia e as lonas desfaziam-se em fiapos cortantes, adelgaçados noite após noite. De vez em quando soltavam-se como amarras de um barco velho e iam depositar-se num longínquo véu nublado, lá ao fundo, para onde apontavam os homens barbudos que ali chegavam do mar.