Rosa V

Rosa V

Os meus filhos morreram apedrejados por entre os mares esverdeados de Urak. Os meus lençóis tombaram ricos como punhais de lodo em mares silvados, nodos de morte e zelo. Os meus pais lançaram-se às aguas como peixes alados que tombavam ao longe de medo. Os meus doentes agrilhoaram-se às correntes de sebo que deles brotava como seiva ensanguentada dos demónios. São como pequenos ensejos que aqui se purificam agora nas mãos do Senhor. As águas do mar são marés de dor, algo que se lança em flor, e depois desaparece. Então sobra pouco, mas sobra muito, sobra aquilo que se poder dizer, aquilo que se poder criar nos séculos de paz, nos séculos de oiro e consagração, quando lá ao fundo se ouvir o ruído de um címbalo inquietante, quando no mundo retinir uma paixão assoberbante de todos os lados, quando tombarmos os dois juntos num serão rico de amor, e me farás juras de paixão inveterada porque sou tua Deusa eterna.